Cadê o preto que estava aqui? Presença e alocação de escravizados em vila de Acarape e Baturité (1870-1884).

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo investigar a presença de cativos negros nas duas cidades e identificar as principais alocações destes nestes ambientes. Para uma melhor contextualização, esta pesquisa determinou o recorte temporário de 1870 até o ano de 1884, que correspondem ao início de uma década de transformações locais e um ano após a emancipação da escravatura na região, que ocorre em datas distintas no ano de 1883. Para a obtenção de resultados, foi-se utilizado como metodologia a investigação em fontes primárias, como livros de batismo, livros de compra e venda de escravizados e inventários, além de um levantamento bibliográfico acerca da temática e jornais da época. De acordo com os resultados, percebeu-se que a escravaria na região era relativamente baixa, se comparada com outros locais da Província, e que este grupo se encontrava, principalmente, mas não somente, com pessoas influentes da região, alocados em serviços domésticos ou agrícolas, quando identificados. Os estudos apontaram que, apesar da baixa quantidade de cativos na Província, a realidade era a mesma das demais regiões do Império. Em vila de Acarape, pioneira na abolição, e Baturité, economicamente importante para o Ceará devido à alta produção de café entre os anos de 1860 e 1870, não era diferente.