História, memória e práticas culturais de uma comunidade negra rural no município de Itapiúna, Ceará.

Resumo

Este trabalho teve como meta principal identificar etnicamente os habitantes da comunidade Garrote, e trazer à tona ou dar visibilidade aos sujeitos moradores por meio de suas práticas e saber-fazer do cotidiano da comunidade, com fortes traços afrodescendentes demostrados vividamente nas expressões culturais e imateriais caracterizadoras dos moradores. Visando a preservação da história e memória da ancestralidade africana, neste sentido a história e a memória coletiva emergida pelas manifestações culturais são partes inerentes e decisivas para a busca da justiça social. Para tanto, busca-se compreender as principais expressões culturais Afro-brasileiras através da etnohistória e da memória coletiva em geral e, especificamente, a partir de um estudo etnográfico na comunidade de Garrote, situada na zona rural do município de Itapiúna, Macrorregião do Maciço de Baturité, Estado do Ceará. Deste modo, justifica-se esta pesquisa com base no interesse pessoal em razão da formação acadêmica de Bacharelado em Humanidades na UNILAB e a consciência fortalecida em razão de uma realidade aprendida e constatada: a sociedade brasileira tem em sua essência cultural o legado africano que somado com as tradições nativas e europeias, o Brasil se torna um celeiro multi e pluricultural e étnico. A pesquisa parte da investigação in loco, através da etnohistória, memória coletiva e das expressões culturais que resistem, registra, preservam e mantém viva a identidade e ancestralidade de uma comunidade negra rural no interior cearense.